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03
Ter

O recesso de fim de ano é uma oportunidade para pais e filhos buscarem fazer algo juntos. Sobre isso, o autor Leo Fraiman, dá dicas sobre como os pais podem ajudar seus filhos a programar suas férias e usar do tempo para se aproximar deles.
 

Férias podem aproximar a família


Nas férias escolares dos filhos, há uma excelente oportunidade para que os pais possam fazer coisas junto com eles. É muito importante romper os ciclos criados entre as famílias, de compensar a ausência com presentes. Filhos precisam da presença dos pais. As melhores lembranças da infância são aquelas nas quais fazemos algo juntos.

No caso das crianças, fica aí uma excelente oportunidade, para aprender a cozinhar, participar de tarefas domésticas como a arrumação de armários, faxina da cozinha e até aprender a colocar a comida do cachorro. Tarefas que parecem enfadonhas para os adultos são divertidas e interessantes para as crianças. Eles querem participar, se sentir úteis, principalmente quando ganham status na casa. É importante oferecer opções para sair do videogame.

“Pintar um muro ou fazer uma horta. Mesmo em apartamento, um conceito difundido em Londres é fazer pequena plantação para a criança adubar a terra, trocar os vasos. São pequenas ‘aventurinhas’ que para as crianças são interessantes e dão status de participativas. O tempo mais livre da criança leva mais diretamente para o videogame e televisão, mas não precisa ser sempre assim”, explica o professor e psicoterapeuta Leo Fraiman, autor da coleção OPEE.

É importante que os pais tenham comunicação entre si para que haja um rodízio do recreador, para fazer algo diferente, como um piquenique no parque, por exemplo. Além de ser perigoso deixar uma criança sozinha dentro de casa, ela acaba ficando com tédio e nem sempre isso acaba com um bom final. É justamente por causa do tédio e da solidão que as crianças acabam se machucando, para então, só depois disso, ganharem a atenção dos pais.

Hoje em dia, há muitos cursos e atividades, inclusive aquelas feitas em shopping. Existem colônias de férias, cursos no SESC, oficinas de teatro e de pintura. É claro que cada um, dentro do seu perfil e orçamento, deve procurar dosar um pouco de tempo livre e um pouco de aprendizado; um pouco de tempo sozinho e um pouco com amiguinhos e família. Assim, consegue-se um equilíbrio, tão importante para a infância.

 

ADOLESCENTES

Para os adolescentes, que têm uma rotina de estudo mais pesada, as férias realmente são um tempo de descanso, mas muitas vezes esse descanso acaba se prolongando e acaba se perdendo a oportunidade de fazer outras coisas igualmente importantes.

“Por que não trabalhar em alguma atividade que o faça se sentir bem? Não precisa ter a ver com a profissão com o jovem que seguir, mas o ato de acordar cedo, ter uma responsabilidade, ganhar um pequeno dinheiro de forma lícita e honesta, ser reconhecido, ter experiências para o currículo, tudo isso amadurece e enobrece e traz de dentro do jovem o senso de autonomia, de valor e de utilidade”, explica Fraiman

Outra opção é fazer um trabalho de orientação de profissional, seja com psicólogos, lendo guias, indo a livrarias e descobrir as carreiras profissionais, visitar instituições de ensino. Mesmo que fechadas, muitas delas têm cursos extras de férias ou podem receber alunos por meio de coordenadores. As férias são o tempo para fazer tudo isso junto com os pais, visitar amigos e vizinhos no trabalho para conhecer suas rotinas na profissão. Para poder, então, construir um projeto de vida com mais clareza, mais informação com mais tranquilidade e mais consciência da realidade.

Uma terceira opção é um intercâmbio para cursos de línguas ou cursos ligados às carreiras. Há alguns em que o aluno paga para viajar e outros em que o jovem até recebe para fazer alguma atividade. A experiência fora do país traz cultura, autonomia, senso de responsabilidade e efeitos muito positivos sobre o desenvolvimento emocional do jovem.

 

INTERNET

O pai também deve ficar de olho no tempo da internet. O jovem acha que já está em contato com outras pessoas pelo computador, porém é muito diferente o convívio por jogos e grupos de conversa no Facebook.

“É importante negociar, olhar no olho, conversar, tocar, vivenciar conflitos. Os pais podem ter uma rede de apoio entre si, para oferecer sua casa de vez em quando para receber os jovens que passam um tempo juntos fisicamente, não apenas de forma virtual, para que eles assistam a um filme, joguem um jogo juntos. O que não pode acontecer é o abandono, em que muitas vezes acontece uma ‘hp’ ( house party – festa em casa), com bebida, muito tempo livre e nenhum adulto por perto e pode acontecer situações de promiscuidade e violência”, diz Fraiman.

Deve-se tomar cuidado para não trocar a noite pelo dia. É aqui que entra pai e mãe. Estimule que ele tome sol, pratique um esporte, jogue bolas com os amigos. Se escondendo da vida, nos papos da alta madrugada muitas vezes não se acessam conteúdos interessantes e sono fica comprometido. Isso não é nada interessante para o desenvolvimento psicológico, neurológico ou físico do adolescente.

 

DESCOBRIR A CIDADE

Um projeto interessante que pode envolver escola e família é estimular que conheça a própria cidade. Conhecer os pontos turísticos, ver o que há para fazer na rua em vez de ficar apenas em casa ou fazendo as mesmas coisas. Aí, entra o professor e a escola a incentivar um concurso redação de férias ou exposição multimídia, com blog e vídeos. Como as antigas redações “O que eu fiz nas minhas férias”. Mas com um gancho de incentivo cultural e interatividade entres os jovens para, então, honrar vida, diversidade e cultura. É importante compartilhar cultura e o que se faz nas férias, criando um senso de apoio e aproveitamento, tornando o aprendizado algo prazeroso.


INTERAÇÃO PAI E FILHO

Para a diretora da OPEE, Silvana Pepe, especialista em educação, "as atividades em família sao importantes para que um penetre no mundo do outro, para que pais e filhos cruzem suas historias". Uma atividade bem usual, mas muito significativa, e o desenho do contorno do corpo de cada um dos membros da família em tamanho real (use papel craft) Pais e filhos devem completar estes contornos acrescentando a eles características físicas e vestuario(pintando, desenhando, colando). Quando todos decidirem que o trabalho esta concluído, alguém escreve no verso as características comportamentais, qualidades, traços de personalidade de cada um.

Um livro coletivo também pode ser uma maneira de cruzar as experiências vividas no dia a dia dos pais e dos filhos: no trabalho, em casa, passeios, viagens e outros. O livro deve conter as experiências de todos os integrantes da família. As ilustrações podem ficar a cargo das crianças. A escrita pode se dar durante todo o período de ferias, como se fosse um diário.

"O movimento da educação deve começar em nos, adultos. E o contato familiar que da a criança e ao adolescente subsídios para a ampliação de seu universo relacional, seus valores e repertório pessoal."

 

Texto: Priscila Reigada | Foto: Doriana_S/SXC | Agradecimento Especial: Leo Fraiman e Silvana Pepe

Fonte: http://www.opee2.com.br/Noticias/Geral/Ferias-podem-aproximar-a-familia

 

 



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